quarta-feira, 28 de setembro de 2011

NOSSA HISTÓRIA...

A Sociedade Amante da Instrução foi fundada no dia 05 de setembro de 1829, sob a denominação originária de Jovial e Instrutiva, no antigo Beco do Propósito (hoje Travessa do Ouvidor), no centro da Cidade do Rio de Janeiro, então capital do Império. Nasceu do ideal de dez jovens pobres que buscavam aprimoramento acadêmico recíproco, ante a dificuldade existente, à época, para pessoas menos abastadas, de obterem informação e formação superior. Em 1846, os sócios da Sociedade Amante da Instrução perceberam a necessidade de propiciar assistência integral à menina pobre e órfã, conferindo-lhe uma educação especializada, capaz de fazê-la sobreviver numa sociedade em que era praticamente marginalizada, por força do sistema do dote. Surge, assim, o Colégio das Órfãs. Em 12 de julho de 1845, Imperatriz Teresa Cristina aceita o título de protetora da Sociedade. No mês de setembro do mesmo ano, D. Pedro II agraciou a Sociedade com o título de IMPERIAL, sem que lhe houvessem pedido. No dia 1º de setembro mandou o seguinte diploma:


"Sua Magestade O Imperador há por bem Permitir que a Sociedade Amante da Instrucção possa intitular-se Imperial e usar nas cazas de suas Aulas e nos Diplomas e papéis de seu expediente das Armas deste Império. E para sua salva guarda Mandou passar a presente. Palácio do Rio de Janeiro, em 1º de setembro de 1845. José Carlos Pereira de Almeida Torres. Registrada a fls. 36 do Livro 18 de Portarias. Secretaria d'Estado dos Negócios do Império em 3 de setembro de 1845. Estácio Maria da Costa Abreo".
O nível de prestígio que a Sociedade alcançou representava merecido reconhecimento pelos serviços que vinha prestando. Pelas dependências da Sociedade Amante da Instrução transitaram muitos personagens ilustres do Império e do início da República. Para falar apenas de uns poucos sócios assíduos da Sociedade citamos: S.M.I. D. Pedro II (protetor nato e efetivo da Sociedade); S.M.I a Imperatriz Teresa Cristina; Princesa Isabel; Antonio Carlos Montesuma; Barão do Lavradio; Barão de Mauá; Barão de Mesquita; Barão do Bom Retiro; Barão de Cotegipe; Bernardo Pereira de Vasconcellos; Cesário Alvim; Condessa de Barral; Duque e Duquesa de Caxias; Evaristo da Veiga; Frei Francisco de Monte Alverne; Hilário de Gouveia; José Bonifácio de Andrade e Silva; João Caetano; José Clemente Pereira; Marquês de Baependi; Marquês de Olinda; Marquesa de Santos e seu segundo marido Rafael Tobias de Aguiar; Miguel de Frias; Osvaldo Aranha; Pedro Américo; Saldanha da Gama; Teófilo Ottoni; Antonio Pereira Rebouças e seus dois filhos ilustres: André e Antonio; Vieira Souto; Visconde Cairú.
Foi nas dependências da Sociedade Amante da Instrução que seus associados ilustres entenderam de dirigir uma representação à Assembléia Nacional a propósito do Seminário São Joaquim e dos Expostos da Misericórdia. O Seminário de São Joaquim transformado por decreto de Bernardo Pereira Vasconcelos no Colégio dos Meninos Órfãos era uma entidade privada, fundada por volta de 1750 pelo sacristão da Igreja de São Pedro e posteriormente patrocinada pela Cúria Metropolitana. Era um orfanato que, entretanto, aceitava estudante pobre e filhos de militares. Tinham preferência para ingresso os expostos da Misericórdia.
 
Colégio Pedro II Rio de Janeiro, antigo Seminário São Joaquim, reformado por Grandjean de Montigny.
Estes eram os enjeitados anônimos, colocados na “roda” que a Santa Casa mantinha para tal fim. Por ocasião da representação feita pela Sociedade Amante da Instrução, as coisas estavam desvirtuadas. Os administradores do São Joaquim agiam mais em seu proveito próprio que em proveito dos assistidos. Os expostos da Misericórdia eram enviados não mais ao São Joaquim, mas ao Arsenal de Guerra, onde recebiam maus tratos e uma educação deformada.
A questão evoluiu e a reforma que encetaram transformou o Seminário São Joaquim num liceu, entretanto um liceu de alto gabarito. Fundaram ali o Colégio Pedro II. Posteriormente, os primeiro sócios entenderam por modificar o serviço prestado, passando a Sociedade Amante da Instrução a manter um Asilo de Órfãs, em sistema de internato. Na década de 40 (século XX), o Asilo das Órfãs passa a ser denominado Asilo João Alves Affonso em homenagem ao diretor-tesoureiro da Sociedade Amante da Instrução. Posteriormente, o termo asilo foi substituído pela denominação Instituto, abrandando o estigma da palavra.